Você sabe o que é um fitoterápico?
O uso de plantas medicinais para tratar, prevenir ou curar doenças é uma prática milenar, se fazendo presente no nosso planeta desde as primeiras civilizações. Registros escritos da Índia que datam de cerca de 1.500 a.C. mencionam plantas medicinais que até hoje são utilizadas, já que seu uso e benefícios são passados entre as gerações. Alguns exemplos, ainda muito populares hoje, são: gengibre (Zingiber officinale Roscoe), cúrcuma (Curcuma domestica L.), manjericão (Ocimum basilicum L.) e alho (Allium sativum L.).
Nos tempos atuais, no Brasil, a procura por fitoterápicos, medicamentos que são derivados dessas plantas medicinais, está cada vez maior. Um dado do Ministério da Saúde mostra que de 2014 para 2016 houve um aumento de 160% da procura por esses medicamentos no Sistema Único de Saúde, o SUS.
Diante dessa elevada demanda, é importante que os profissionais da área da saúde entendam sobre esses fitoterápicos, suas propriedades, efeitos, contra indicações, dosagem, tempo de uso e efeitos colaterais.
Neste artigo, vamos abordar sobre o que são os fitoterápicos, como podem ser usados, quais os seus efeitos, quem pode prescrever, os cuidados necessários e muito mais.
Segundo a FIOCRUZ, os fitoterápicos são medicamentos produzidos através das plantas medicinais ou dos seus derivados, com exceção de substâncias isoladas. Eles podem ser utilizados de forma profilática (evitar a doença), curativa (curar a doença) ou paliativa (melhorar os sintomas).
Eles não necessariamente vão ser compostos por apenas uma substância, mas por um conjunto de princípios ativos vegetais, como folhas, sementes, flores, cascas e frutos. Podem ser comprados em farmácias tradicionais ou manipulados em farmácias de manipulação autorizadas.
Os medicamentos fitoterápicos têm seu uso devidamente regulamentado pela Anvisa, pela RDC 26/2014. Como qualquer outro medicamento, eles passam por ensaios clínicos para comprovação de eficácia e segurança, e também por controle de qualidade, verificando fatores como produção, armazenamento e pureza.
Alguns dos seus principais usos incluem o tratamento de doenças psicossomáticas, como insônia, ansiedade, depressão, gastrite e dores no corpo. Porém, é importante entender que os fitoterápicos são um tratamento complementar, e que você deve sempre procurar seu médico para ter a devida indicação do seu uso.
Sendo assim, justamente por ser um medicamento, nem todo fitoterápico é um medicamento que não precisa de prescrição médica. Quando necessário, deve ser prescrito por profissionais autorizados e que conheçam do assunto.
Estão autorizados para prescrever: médicos, enfermeiros especializados, farmacêuticos, biomédicos, dentistas (dentro da sua área de atuação) e veterinários (dentro da sua área de atuação). Em alguns casos podem também ser prescritos por nutricionistas e fisioterapeutas, e os critérios para isso são estabelecidos pela Anvisa.
Os terapeutas também podem recomendar o uso de fitoterápicos, desde que estes sejam de venda livre, ou seja, não necessitem de prescrição. Se quiser saber mais sobre esse tipo de medicamento, acesse este post em nosso blog.
Os fitoterápicos, assim como outros medicamentos, podem ser encontrados em forma de comprimidos, cápsulas, cremes, pomadas, xaropes, soluções e óleos essenciais.
Quando é manipulado, é normalmente acrescentado na composição do produto em forma de tintura, que é um método de colocar álcool como solvente para a planta.
Quando um profissional da saúde prescreve um medicamento fitoterápico, existe ali uma grande responsabilidade, assim como com qualquer outro medicamento. Por isso são necessários alguns cuidados.
O ponto mais importante de todos é entender os fitoterápicos! O profissional precisa saber qual é a substância ali presente, como age, quais os efeitos colaterais e que dose o paciente pode utilizar sem que tenha riscos.
Outro ponto fundamental é conhecer o histórico médico e pessoal do paciente. Isso é importante para entender se ele se encaixa em algum grupo de risco (como crianças, gestantes e idosos), por exemplo, já que nestes a substância pode agir de forma diferente.
Junto a isso, é fundamental que o profissional conheça suas interações medicamentosas. É muito comum o paciente chegar no consultório dizendo que usa erva-de-são-joão, porque em sua cultura seu uso é habitual. No entanto, essa planta interfere no efeito de anticoagulantes, o que pode trazer diversos riscos para os pacientes que dependem do uso contínuo desse medicamento.
As plantas medicinais são utilizadas para tratar doenças ou aliviar sintomas, sendo muitas vezes uma tradição medicamentosa em algumas comunidades. Elas são normalmente usadas como chás, infusões ou maceradas, e costumam ser plantadas, colhidas e preparadas dentro dessas comunidades.
A partir das substâncias dessas plantas é produzido um medicamento fitoterápico. Ou seja, ele é a forma industrializada de uma planta medicinal.
Nesse processo, é feita a devida dosagem da quantidade correta da substância que uma pessoa pode consumir, o que é importante para tentar reduzir as chances de ocorrência de um efeito colateral, e evita contaminações no processo.
Mas não se confunda! Nem toda preparação feita com plantas medicinais são fitoterápicos! Como dito acima, suas formas de uso por comunidades, como infusões e chás, não os configuram como fitoterápicos.
Por ser um tratamento medicamentoso natural, os fitoterápicos possuem menos efeitos colaterais à saúde, quando usados na dose correta. Justamente por isso ele é menos nocivo ao organismo, e oferece um suporte de defesa ao respeitar mais a biodisponibilidade do organismo. Por isso, ele acaba sendo a escolha de pessoas que buscam ter uma melhor e mais saudável qualidade de vida.
Além disso, esses medicamentos causam menos dependência que os fármacos tradicionais, sendo assim uma boa opção aos pacientes que precisam fazer uso crônico de alguma substância. A mesma lógica se aplica a pacientes que são alérgicos a algum remédio, podendo então se beneficiar de um fitoterápico que tenha um efeito semelhante ou igual ao medicamento comum.
No entanto, é importante ressaltar que seus efeitos são benéficos apenas quando usados na dose correta! Uma superdosagem de fitoterápicos, assim como de qualquer outro remédio, pode causar intoxicação, náuseas, edemas pelo corpo e até mesmo a morte.
Além disso, é preciso lembrar que nem todo fitoterápico pode substituir um medicamento tradicional, não existindo substitutos naturais que tenham a mesma ação terapêutica. Na maioria das vezes, seu uso vai ser feito de forma combinada com um remédio, o que deve ser de conhecimento de um profissional de saúde.
Antes de serem comercializados nas farmácias, os fitoterápicos precisam ser reconhecidos pela Anvisa, que regula todos os medicamentos que podem ser comercializados no Brasil. Alguns deles são:
Um exemplo de fitoterápico de elevada procura é o ginseng, que também tem sido mais prescrito por profissionais para tratar doenças crônicas como depressão, ansiedade e insônia.
Mas lembre-se: antes de comprar qualquer fitoterápico em uma farmácia, se certifique de que ela é autorizada pela Vigilância Sanitária.
Os produtos tradicionais fitoterápicos, ou PTFs, são obtidos usando apenas matéria-prima ativa vegetal, assim como os fitoterápicos. No entanto, são um tipo de medicamento que foi criado pela Anvisa com o objetivo de verificar se determinados produtos utilizados pela população passam nos testes de segurança e eficácia necessários para terem aprovação de uso.
Eles possuem regulamentação pela Anvisa sob os mesmos regulamentos dos fitoterápicos (RDC 26/2014).
Diferente dos medicamentos fitoterápicos, que tem sua comprovação de segurança e eficácia comprovadas por ensaios e estudos clínicos, aqueles feitos em humanos, os PTFs têm sua comprovação feita por demonstração de tempo de uso através de literatura científica. Nesse caso, seu uso seguro tem que ser comprovado na população por pelo menos 30 anos, não ter evidências conhecidas ou informadas de risco à saúde, por meio de documentos técnicos científicos. Também podem ter como apoio estudos clínicos feitos com ensaios in vitro ou em animais.
Outra diferença é que esses produtos possuem suas informações disponibilizadas em folhetos informativos, enquanto que as informações dos medicamentos ficam registradas em bula.
Além disso, os produtos tradicionais fitoterápicos não podem ter seu uso indicado para doenças e distúrbios considerados graves, o que é diferente dos fitoterápicos, que podem ser utilizados para tratar ansiedade e depressão, por exemplo.
Principais usos dos fitoterápicos hoje
Dentre seus diversos benefícios e possíveis usos dos medicamentos fitoterápicos, como citado neste artigo, alguns possuem destaque nos dias de hoje. Vamos falar um pouco sobre 3 deles agora.
Em uma sociedade que busca cada vez mais o estilo de vida saudável, com exercícios físicos e reeducação alimentar, os fitoterápicos têm sido buscados como aliados nesse processo.
Alguns medicamentos que podem ser usados são:
No entanto, é fundamental entender que os fitoterápicos isoladamente não fazem “milagre”. Sendo assim, seu uso deve ser associado a outras práticas, nunca de forma única.
Com certeza a ansiedade está entre as principais doenças que são tratadas com a ajuda de fitoterápicos.
A Kava-kava (Piper methysticum G. Forst) é prescrita para casos leves a moderados de ansiedade de 1 a 8 semanas. É o fitoterápico com a maior quantidade de estudos hoje, e também pode ser usado para tratar insônia.
A Valeriana (Valeriana officinalis L) também tem seus efeitos comprovados por estudos clínicos. É utilizado como sedativo moderado e hipnótico e, por isso, necessita de prescrição médica. Também ajuda no tratamento da insônia.
O maracujá (Passiflora incarnata) também pode ser um grande aliado, devido a sua ação ansiolítico, além de ser um sedativo leve. E o melhor disso tudo é que ele não precisa de prescrição médica!
Na farmácia, podemos encontrar alguns fitoterápicos para ansiedade que podem ser comprados sem receita médica, como: Calman, Sintocalmy, Ansiopax e Maracugina.
A depressão é uma doença cada vez mais frequente na sociedade e, segundo a OMS, é a segunda maior causa de incapacitação ao trabalho neste século. Para ajudar no seu tratamento, existem alguns fitoterápicos com efeito comprovado cientificamente.
A Hypericum perforatum L. tem grande destaque no tratamento do transtorno depressivo leve a moderada. Estudos feitos em diversos países mostram menos efeitos colaterais e maior adesão, quando comparados com medicamentos tradicionais. Popularmente conhecida como Erva-de-são-joão, sua venda no Brasil é regularizada pela Anvisa.
Outro fitoterápico é a Passiflora incarnata, uma espécie de maracujá. Ela é aprovada para uso como antidepressivo, através de estudos clínicos.
Sendo cada vez mais procurados pela população brasileira, é importante que as pessoas entendam seus benefícios, mas também que devem ser usados com prescrição correta para evitar efeitos colaterais. É importante sempre olhar a data de validade, a forma de armazenamento e as orientações de uso dadas pelo profissional que prescreveu.
Além disso, é essencial que os profissionais de saúde também tenham conhecimento sobre os medicamentos fitoterápicos, para que possam prescrever com responsabilidade e segurança para os seus pacientes.
Já as farmácias, como local de venda desses fitoterápicos, devem sempre ter esses produtos disponíveis para a comercialização, tendo seu estoque ajustável à demanda de consumo da comunidade daquele local. É interessante também capacitar seus trabalhadores para que saibam informar a população sobre essa classe de medicamentos.
Por fim, todo medicamento que tem uso aprovado pela ciência é regularizado pela Anvisa. Em caso de dúvida, acesse o site da agência e verifique o medicamento antes de comprá-lo.
Para mais informações como essa, visite o nosso blog e saiba mais sobre assuntos relacionados a medicamentos e farmácias!
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